11 de dezembro de 2011

Ainda chovia

Ainda chovia quando uma lágrima grossa rolou pela sua bochecha. Ele estava encolhido no canto mais escuro de seu quarto. Havia preferido a solidão, o silencio e a dor. Que escolhas fascinantes, não? Era do tipo masoquista, que remoía a angustia e as boas lembranças. Tudo de uma só vez. Era uma forma de não se esquecer de que, no passado, foi feliz. Iludido, mas feliz. Logo ele, logo o rapaz que se divertia tanto rindo do sofrimento alheio. Achava amor uma mentira, e acreditava fielmente que morreria sozinho e feliz. A facilidade de fazer palpites errados era arrematadora. E logo estava ali, perdido. Porque era a única palavra que podia definir sua situação. Definir como ele se sentia sem ela.

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