23 de junho de 2011

Mocinha ou vilã?

Mentiras mal contadas, palavras vazias, promessas. Ciumenta, cínica e um tanto que narcisista, ela poderia ser classificada como um monstro. Mas não era. Era apenas mais um ser humano. Um ser humano hipócrita, egoísta e manipulador. Gostava de brincar com sentimentos, gostava de trair seus aliados, e, principalmente, gostava de fazer tudo e todos ao seu redor se sentir um lixo. Ás vezes tão boba, e tão incapaz de enganar a si mesma. Como se tudo que costumava fazer, dizer ou pensar fosse apenas mais uma brincadeira. De certa forma, era. Ela transformava todos em peças para seu jogo, como se dependesse disso para que a máscara não caísse. Não caiu. Não por muito tempo. Há quem diga que tudo que ela queria era só atenção. Só queria ser amada; amada de verdade. Como um encanto, dependeria de um principe encantado para despertá-la do terrível pesadelo. O pesadelo que era sua vida. Afinal, mocinha ou vilã?

14 de junho de 2011

Está tudo bem?

    -Está tudo bem?
    As palavras vagaram em um espaço alternativo por longos segundos. Quando chegou aos seus ouvidos, não faziam sentido. Foram processadas, digeridas e entendidas. Então riu. Ela sentiu a desilusão atingir sua mente, desnortear seu auto-controle. Quantas coisas quis responder. Definitivamente, NÃO estava bem. O coração partido, a nostalgia mais intensa do que jamais sentira, sua esperança esgotada. Seu físico também estava acabado, as olheiras agora grossas e escuras, a pele mais pálida e cínica do que ela jamais tivera vida, seus cabelos estavam quebrados, as unhas fracas. Amor era algo que ainda doia, como uma ferida funda que se recusava a sarar. O amor por si, se fora. O amor pelos os outros, também. Ela se sentia cada vez mais dura, fria, insensível. Usava a ironia como sua unica arma. Não ligava mais. Para nada. Para ninguém. Então, sorriu. Sorriu para o dono da pergunta tão estupida e sensata. Sorriu para todos que um dia fingiram se importar, então foram embora, sem ao menos dizer adeus. Sorriu para o mundo, para todos que disseram que ela não era capaz. E com a voz pouco alterada, respondeu:
  -Sim.

4 de junho de 2011

Pesadelo


Estava tendo um pesadelo terrível. Nele, a sociedade marchava contra a razão, e apenas pelos padrões. Vidas jovens sendo tiradas por motivos tão fúteis, e, além de tudo, a responsabilidade alheia, porém repentina, sobrecarregava os ombros das pessoas. Elas eram pressionadas contra a parede, obrigadas a sucumbir. Indiferença sobrava, ignorância transbordava. E na metade do caminho, olhei para trás, tendo a cínica visão de um mundo devastado. Com os olhos cheios de lágrimas, continuei andando. Porque neste pesadelo, as coisas eram assim; quem não anda, cai. Quem cair, é pisoteado. Apenas os mais fortes e resistentes continuam, apenas aqueles que tem a força de vontade maior que tudo que acreditou, maior que si mesmo. Os diferentes eram julgados; os de opiniões oprimidos; apenas os que se deixavam levar por tudo que lhe era imposto, podiam continuar. No final de tudo, afim de me libertar desse terrível sonho, fui dormir.

3 de junho de 2011

Perdendo a razão, perdendo a cabeça.

Tentando encontrar algo para destruir. Falando o que sente sem ao menos pensar. Dizendo palavras aos ventos, se tornando cada vez mais irracional. O que está acontecendo comigo? Clemência, é tudo o que eu peço. Uma segunda chance. Um talvez. Por que tudo continua sendo tão difícil? E de repente, me vejo desistindo de tudo. Gritando "foda-se" para a vida, consequências, para tudo. Vejo o que as palavras não podem transcrever, o que o mundo nunca iria pensar. Simplesmente, não me importo. Absolutamente para nada. E talvez esse seja o motivo da minha pequena rebelião psicológica, para a minha vertigem de palavras, para as minhas atitudes desesperadas. Afinal, ainda existe esperança?